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7 de junho de 2010

Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor. Não posso dormir sem paz no coração. Ele não mora muito longe da cama que não era cama e a cada passo esfolo mais e mais meu esmalte vermelho. Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro. Não foi só o muque que ficou mais duro, mas minha autopiedade também aprendeu a ser menos molenga. Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor. Mas ele não quer saber de almas evoluídas, meditações, planos futuros e todos os últimos segundos de uma vida dedicados a ele. Ele quer que eu coloque aquela calcinha preta das antigas e fique de quatro. Mais uma vez me pergunto como é mesmo que se pode viver ou respirar em meio a tantas pessoas e intenções mortas. Mas então ele morreu? Ufa! Doeu, mas doeu pela última vez. 

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