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13 de setembro de 2010

Eu que sou tão mulher, eu que sempre me relacionei com pessoas tão mais velhas, eu que sempre soube que não queria me sentir uma criança do lado de outra, eu que sempre repudiei relacionamentos onde a parte infantil não se restringisse à mim; eu, essa menina que por muitas vezes se sente mulher, me pego completamente derrubada por um amor adolescente. Caída de quatro pelo menino com a carta fresca na mão, com as emoções à flor da pele, que tem como única certeza de que nada é certo na vida. Arrastando-se o máximo que posso para resgatar o beijo puro de quem ainda não tem muita certeza e mesmo assim é fantástico.
Aqui estou eu, mais infantil do que nunca, sentindo que tiraram o pirulito da minha boca e saíram correndo para tocar mais uma campainha oferecendo “gostosuras ou travessuras”. Me irrita o fato de ter perdido o controle para alguém que, em tese, entendia tão menos de amor do que eu. Me irrita mais ainda constatar, então, que talvez eu me julgue muito mais experiente do que realmente sou.
Com certo atraso fui perceber que também não passo de uma criança que finge relacionar-se com adultos, mas que se pega sofrendo quando o menino vai embora e leva todo o cheiro de talco, todo o sabor da fruta, toda a leveza da minha vida junto com o medo de virar gente grande dele.

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